terça-feira, 25 de maio de 2010

CARTA DE DESPEDIDA


Amigos leitores,

No período de um ano este blog tornou-se um modelo de auto-sugestão de muita gente. Não que eu fizeste análises pertinentes com o convívio de cada um. Fui demasiado simplório em minhas indagações, nas matérias que escrevia diariamente, tendo em vista o público alvo que este blog se direcionava. No entanto, tudo aqui foi levado muito a sério – não houve momento em minha vida mais feliz do que falar à verdade.

Apesar disso, não sufoquei as pessoas com questionamentos filosóficos (disciplina que estou a par), nem também de qualquer outra disciplina que ouso me arriscar, dado que nunca pisei em nada sem saber do que se tratava. E, nada mais difícil e duro do que o conhecimento filosófico. As outras ciências são do povo. Por isso, em toda a minha vida jamais me preocupei em fazer o que os outros queriam. Meu compromisso foi comigo mesmo. Aí esta a obra: sou formado de ferro, nada me abate.

Às vezes tive que ser ousado e não temer às ameaças. Aqui pra gente – houve pessoas (de minha cidade especificamente) que pensaram que eu tinha lado, isto é, porque eu criticava o governo de alguém, pensavam que eu o odiava e, por conseguinte, faria parte de um grupo. Pelo contrário, tudo que faço trato com muita seriedade. Nada mais impudico na vida de um homem...

Lembro-me com ardor cada palavra escrita neste blog. O que fica? – não, não, não acabou; apenas começou o processo no sertão. Tudo aqui é pensado sílaba por sílaba. Se as pessoas me conhecessem a fundo saberiam o que sou. Isso eu deixo a posterioridade. Um dia saberão. Trovão. Super-homem.

Acompanhem-me no jornal. Sim; dizem que sou filho de uma pobretona. Como isso me faz feliz: sou um Deus próximo dos santos da terra. Mas um Deus que nada promete.

Eu sou uma coisa; outra é a minha obra.

Gilberto Dilo