terça-feira, 19 de abril de 2011

São João do elitizado Chico César

 Se depender do secretário de Cultura Chico César, o São João da Paraíba será bastante animado. Comenta-se nos bastidores da cultura que o Mama África vai trazer Buena Vista Social Clube para tocar no Parque do Povo, além de Uxia e Mawaca. Em Patos, a atração aguardada ansiosamente pela população é Maria Bethânia e seu blog milionário, que ainda contará com Mano Chao, Toninho Borbo, Seu Pereira e Coletivo 401 e André Abujamra. Já no friozinho de Solânea, a animação ficará por conta de Ana Carolina, Sacal e Gitana. É muito forró.

Brincadeiras à parte, acredito sim que existam estilos musicais que nada contribuem com a cultura popular; de raiz, original e criativa. Mas não podemos jogar essas bandas de forró ou duplas sertanejas numa fogueira da inquisição cultural, ditada pelos gostos de uma elite cultural, política e econômica que hoje chegou ao governo do Estado e acha que o povo paraibano a partir de agora deve pensar igual à essa elite. E pior, da forma que essa elite quer. Acham que o povo paraibano não tem capacidade para escolha suas músicas. Contudo, para eleger Ricardo governador esse mesmo povo foi sábio.

Num País multi-cultural como o nosso, não podemos alimentar preconceitos com bandas de forró ou duplas sertanejas, só porque eles não cantam versos recheados de política, critica ao sistema capitalista ou ao consumo. A elite cultural prefere alimentar arrogantes como o Chico Buarque, que se considera um semi-Deus, o intocável. Que fez músicas brilhantes, geniais. Adoro escutá-lo. Mas peça uma entrevista com o imortal. Ou melhor, junte R$ 20 e tente entrar num show dele no Sul do País, já que ele não gosta muito do clima nordestino. É essa elite pseudo-revolucionária que o Chico César quer alimentar.

Talvez tenha gente interpretando com muito radicalismo o editorial da brilhante jornalista Rachel Sheherazade tornando-o filosofia de vida. Rachel fez uma crítica com muitas posições questionáveis. Mas, no geral, concordo com ela. Muito dinheiro público é jogado no ralo para bancar bandas de axé e cia. Mas, responda-me Rachel, quanto de dinheiro público é jogado no lixo ao se destinar verbas publicitárias para o SBT ou a TV Tambaú? Silêncio. Acho que a nobre jornalista não vai fazer um editorial criticando as verbas publicitárias que Silvio Santos recebe do governo federal. Ou, as verbas que a TV Tambaú recebe da prefeitura de João Pessoa, não é?

O argumento dos iluminados é que as letras das músicas denigrem a imagem da mulher, incentivando o alcoolismo e demais mazelas da sociedade. Será que o povo curte o chamado forró de plástico apenas pela letra? Acho que não. A musicalidade que atrai as massas deve ser respeitada. O ritmo alegre faz parte da cultura nordestina e deve ser valorizado. No mínimo, não sofrer preconceito por parte do Estado. Afinal, tem muita gente metida à intelectual que vive escutando U2, Oasis e Radiohead. Mas não entende uma palavra em inglês. Podem até estar xingando sua mãe, mas não vão saber.

Por:  ALAN KARDEC

"Vai se f... senhor  secretário de Cultura!! Quero é ouvir Luiz gonzaga, que nada de Chico Buarque, quero é vê Aviões  do forró, porra de U2, gosto de Limão com mel, que negócio de Ana Carolina. Vá com sua cultura de Plástico pra outro lugar!!!"

JD.

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