sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

CARNAVAL: CULTO À CARNE E À ESCRAVIDÃO



Os movimentos carnavalescos no nordeste, sobretudo no interior, prezam pelas fantasias, pelos movimentos de massa e pelo prazer da carne. Estas uniões, isto é, corporações de instintos anunciavam nas pequenas ruas a sua independência – independência de quê? Pergunto-me. Quando na verdade o entusiasmo da plebe reflete bem a sua ignorância, e a sua submissão.

Passado isso, em termos mais coloquiais, podemos dizer que, o culto à carne, ao Deus Eros, foi substituído pelos altos sons (paredões) em média 10.000 WATS e pelos Beijos premeditados. As garotinhas estão à venda, o amor é efêmero e a música é uma lata e uma uníssona piada. Refrões como: “Bota as mãos no joelho, dá uma agachadinha”; “Mexe o bunbun”; “Ah, eu quero gozar”; “Já era, agora sou da galera”, “Viva as Potancas”; “Bota a mão no tabaco, vai mexendo até ao chão”; Ó Hoga, ó Alaíde"; etc. Anunciam o mero espetáculo que representa o carnaval hoje no nordeste. Não é de se esperar que numa cultura de massa encontremos grandes criações. É mais necessário para o povo à máscara e à preguiça de pensar. Mas esqueçamos isso, e vivamos a eterna alegria da escravidão. Ah, África tu ainda vives nas imitações! Pra sempre viverão as tuas pobres criaturas. Depois da carne, viva a quarta-feira de cinza. Que sarcasmo!!!

Estas ações insensatas mais representam a fantasia do deus Baco, e a purificação da própria carne. Quando nas palavras de um protestante, esta tradição da CARNE, DO ATO PECAMINOSO, mais perverte as pessoas e as conduzem ao mal plantado sob a terra.

Enquanto isso, os diversos foliões migravam de cidade para cidade em busca de prazer e de concupiscência. Não só ao som de ritmos baianos – os caprichos da África em sua cor escura, em seus costumes – trouxe a sua história nos caminhões (pau-de-arara). Pois enquanto uma raça escrava se misturava, os espertos (esperto aqui é sinônimo de desonesto) apresentavam-se como os grandes deuses em seus carros populares. Que ingratidão com a massa! Os espertos aqui são os organizadores de BLOCO.

O que restou para o povo? – somente a dança e a fantasia que seja eternamente feliz. Não só isso, ele pensa que se misturando e seguindo a maioria está conduzindo a sua vida ao paraíso.

O que é então o carnaval para o povo nordestino? – Antônimo de tudo que seja realizável a longo prazo: uma família estruturada, uma vida concretizada pelos bons costumes, o prazer de poder maximizar os seus sonhos, a tolerância.

Decerto isso tudo quer anunciar que o povo é o causador de sua própria miséria. Em parte porque se não alimentar os seus instintos, seus anseios haverá uma rebelião. Rebelião esta que mais sintetiza o ódio, o medo e a desesperança. Pobre povo, humilde raça! Dançais até a eternidade. É assim que os “ESPERTOS”, querem vos ver! Honrai a vossa servidão!

Gilbert Dilo

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