quinta-feira, 1 de abril de 2010

A MULHER E O AMOR PRÓPRIO

Não há nada de mais indiscreto, falso e meticuloso do que o sorriso da mulher. Nele se percebe bem a curvatura de sua origem. Vemos entre os dentes, entre a sua beleza física perante a fronte, o ciúme de seu redentor.

Quando a mulher se enamora, vive apaixonadamente sobre a égide de suas paixões e cobiças aqui na terra, ela colhe para si todos os princípios, adora todos os cultos celebrados em torno de seu Deus, e, além do mais, ela cria para si um bosque intocável. Ai daquela, ou daquele que cobiçar a sua maravilha.

Destarte que ela adora, ela também se vinga daquilo que ama. Quando não tem mais posse do objeto amado, a mulher, oh ser astucioso, ela o encobre de todos maus que há na sociedade. “Aquele homem é um fascínoro, um traidor, só usa as pessoas” – Fala a mulher condenando.

Se não fosse a consciência da mulher que ela é incapaz de amar um homem, sem amar a si mesma – acreditem meus fieis leitores – haveria um abismo entre todos os homens, inclusive, entre aqueles que só amam na juventude, e não nada mais amam do que a própria vontade.

Vivendo sobre a máscara do amor, do amor próprio decerto, a mulher sabe muito bem viver sob as máscaras. A mulher – sintoma de algo profundo. Quem já teve essa percepção de profundidade? – a mulher tacando-se.

Gilberto Dilo

Nenhum comentário:

Postar um comentário