sábado, 3 de abril de 2010

O CRISTO DO POVO E O VERDADEIRO CRISTO


A mais de dois milênios o Cristo, o Nazareno, era sacrificado por infringir às leis do império romano. Cristo fiel de seus princípios, como o amor, a justiça, a honestidade caminhara perante Jerusalém diante de uma multidão que nada podia fazer a seu favor. Porém, restou-lhe a história e o homem, que em muitos casos, nada professa da sabedoria do Nazareno, mas tão somente sua necessidade de conduzir à plebe ignorante à cruz.

Acontece que, passado mais de dois milênios da morte de Jesus Cristo, a plebe ou o povo ainda se contenta apenas com uma dramaturgia sempre representada ao som da dor, do sofrimento, do sangue derramado na cruz, apenas como meio de entretenimento e de um costume que passa de geração a geração. A dor, o sofrimento são atualizados em nome de uma tradição, de um culto ora sombrio, ora macabro.

Não há ao certo em todos esses cultos ecumênicos uma referência ao verdadeiro Cristo. Pois, há o Cristo da massa, representado pelas igrejas, tanto protestante como católica, e há o Cristo-homem, tal como nós. Não o Cristo Paulino, mas o Cristo da bem-aventurança, do amor, do perdão deve ser representado para o povo como forma de reflexão, e não como forma de doutrinação.

Quantos homens terão ainda que crucificar em nome de uma história comprometida com sua própria legitimidade? Não é Cristo para os que crêem uma verdade? Também será Cristo a verdade e a vida? Ou Cristo nunca foi amado verdadeiramente pelos que crêem em sua mensagem? Na verdade, são poucos os que vivem em Cristo. “O pai está em mim, e eu estou no pai.”

Gilberto Dilo

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