quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Dói coração - seu Grande amigo: Gilberto Joaquim Simão

Uma nota da vida hoje acordou triste. Partiu o pássaro tristonho pela madrugada. Dói-me a sua partida. Ele revoa em outros braços... Como eu o admiro. Santo? – um verdadeiro homem. Como eu adorava conversar com sr. Joaquim Simão. Grande companheiro e amigo, grande homem. Dói saber o quanto é grande a minha tristeza. Eu que escrevo com tanta facilidade, hoje me falta inspiração na vida, falta acreditar que algo me deixa mais sozinho no mundo; pois, verdadeiros homens só se encontram na velhice. Voa passarinho, e diz que distante de mim, migrasse a andorinha para o seu sertão. Era isso que ele me falava: “adoro Manaíra, só vivo aqui em João Pessoa por causa de meus filhos, que precisam estudar”. E ele tornou-se a fugir, e nós o lembraremos, eu, sobretudo, como um pai. Quantas pessoas devem estar chorando neste momento. Agora... viverá pra sempre e sempre. Não o esquecerei. O pior de tudo é que parte de mim uma lágrima... Meu Deus, como sinto falta de Seu Joaquim! Homem adorável, simplório, inteligente, em suma, um verdadeiro Deus. Não havia mágoa naquele coração; até com aqueles que o sacrificaram, que o fez seguir condenado, errante perante o destino ele dizia: “Deus que os cuide.” Além do mais, quando vim estudar aqui fora ele que me mostrara os primeiros passos. Meu coração quer se partir e chorar... Descansa meu cérebro e deixa que a flor agora chore e não esqueça as lindas frases... Preciso chorar. E quando Eu acordar no tempo almejarei sorrir e acompanhar a sua alma contemplando os meus passos. Ele era um dos que acreditavam em mim; por isso, deixo que o meu sentimento fale mais alto e transcenda... A única coisa que me resta é dizer: colocaram um prego no meu coração nesse dia.



Mas...



Segue meu mundo ainda triste.



E sabendo que sua volta é sombria e noturna, eu antes do ocorrido mergulhava nas suas parábolas, nas suas experiências de vida e andava seguro de sua paixão pelas pessoas. O amor, a fraternidade brotava incessantemente de seu coração ainda amargo. Atiraram muitas pedras neste anjo, e não saberia ele redimir, e quando agia era pra provar a sua inocência. Quantos infames, por causa de poder, o traíram. Eu conheço todos. Pois ele me falava... Ele sabia de todos os seres que o traíram, que o martirizaram por um idólatra poder. Ah, a água se evapora e pede chuva. É necessário chover nesse dia, pra a esperança acordar em nossa cidade.



Fielmente, só consigo pensar numa coisa: se ainda há esperança para os bons, enquanto vivermos em um campo de batalha. Ele não pertencia a uma única família, a sua família ao certo era a humanidade. Ele saberia mais que ninguém, que a máxima moral de sua vida partia desse princípio: “servi o outro sem olhar a quem”. Embora homem de roça, era um ser instruído e corajoso. A sua vida fora construída em cima de grandes superações e construções simbólicas. Nada o fazia desistir. Sempre trabalhando, sempre lutando... Ai daquele que dissesse: o senhor necessita parar de trabalhar. Ele redimia e não parava. Continuava a trabalhar, assim com a abelha na construção de sua colméia. Era a sua vontade não parar. E ele segue no movimento. Ai como choro. Mas choro de verdade escrevendo... Choro. Porque foi até a agora a única pessoa que colocou o seu coração junto dos mais sofridos, oprimidos e necessitados de nossa cidade. Eu convivi um bom tempo próximo dele, e sabia o quanto ele era sincero com as pessoas. Não tinha mágoa e nem vontade de vingança contra o outro, pelo contrário, quando alguém o tratava com desprezo, ele ainda tinha a grande potência de não olhá-lo com maldade. Era um coração transbordante de bondade. Tudo que ele fez em sua vida é digno de nossa solidariedade, de nossa compaixão e respeito. Imagino A sua família como sofre nesse momento. Também me sinto um dos seus. Adorava-o. Ainda adoro. E sabendo que sofro penso em outrora... Nos obstáculos que superei em sua terna vida. A minha memória é um rio tumultuoso e revolto, mas quando repousa em suas orações, meu grande e eterno amigo Joaquim, o vento quer ser eterno também e se conduzir ao céu. Tão sincero, tão doce, tão compassivo, tão corajoso, tão trabalhador, tão humano, tão amante da roça, do trabalho, tão digno... Assim segue o seu dom pela humanidade, pela história. Mas quem o conduzirá com tamanha força a outro horizonte? E sendo dele que parte também a minha esperança de viver, deixo o seu espírito me ensinar a chorar verdadeiramente. E quando eu lembrar que algo, que essa passagem – dos idos de 2002 a 2009 – foi intrínseco, em tudo, a mim, saberei também lutar pelas coisas boas da vida, e fazer as pessoas felizes. Foi isso que aprendi com esse grande homem.


Antes de partir, ainda viverá sendo herói. Um verdadeiro homem.


Sinto por todos os seus filhos e netos. Sobretudo, Por todos que o ama.


Simão, Denílson, Simone, Sua Esposa Gorete, Lilá....Ai com choro... Nem consigo falar

Marcone, Adailton, Lourde, Sebastião, Zefa, Rita, Antonio, Zé Galego.

E seus netos.


Que Deus o tenha.

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