segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Os nossos limites - As nossas Fronteiras - Princesa Isabel


PRÉ-HISTÓRIA – o tempo anterior ao início do desbravamento da região pelos colonizadores portugueses ou nativos brasileiros, ou seja, do ano 1500 a meados de 1760. Apresentarei os fatos relativos à ocupação do sertão paraibano e pernambucano, que antecederam e prepararam a chegada dos primeiros desbravadores da região onde hoje se situa o Município de Princesa Isabel, no Estado da Paraíba.

DESBRAVAMENTO - período que vai de 1760 (Séc. XVIII) até 1858 (Séc. XIX), fase da ocupação territorial pelas primeiras famílias de desbravadores.

FUNDAÇÃO – PRIMEIROS ANOS – a partir da construção da pequena capela em 1858, o início do arruado, até 1875, quando então se torna a Vila da Princeza (assim mesmo, com “z”).

DE VILA À “TERRITÓRIO LIVRE” – a partir da emancipação política e administrativa em 1875 até à epopéia da revolta de 1930.

ERA CONTEMPORÂNEA - período que vai de 1930 até os dias atuais.



O MUNICÍPIO

Era Princesa, em seu início, uma modesta e pacata vila, com a vida social bastante ativa. Não obstante a distância que a separava da capital do Estado, e apesar da sua modesta condição, as suas atividades sociais e econômicas já revelavam o desejo de conquistar autonomia administrativa.

O município teve suas origens no início do século XVIII, quando se chamava Lagoa da Perdição, local onde D. Nathália do Espírito Santo edificou a primeira fazenda de criação de gado, após ter recebido "uma data de terras" com demarcações nos atuais sítios Areias, Espinheiro, Gavião e Capoeira. Eram terras que pertenciam aos Garcia D'Ávila da Casa da Torre. Em expedições pelo sertão, os seus representantes chegavam com a missão de dizimar e prear os índios e, na medida do possível, se apossar das minas de ouro encontradas naquela região. Vale salientar que, no atual município de Princesa, existe um lugar conhecido como Cachoeira de Minas, e para se chegar até as minas de ouro, tinha-se como parada obrigatória a Lagoa da Perdição. O nome foi dado por uns caçadores e vaqueiros que, perdendo o rumo, se orientaram pela lagoa. Segundo o cronista Paulo Mariano, já no século XVII, "os bandeirantes, comandados por Domingos Jorge Velho, passaram por estas terras (...) que eram habitadas pelos valentes índios Coremas, uma tribo descendente da nação dos Cariris, que ocupavam toda região do Vale do Piancó e área que compreende o atual município de Princesa". Portanto, o que se vê são vilas e cidades se formando com base no desbravamento da caatinga, na fundação das fazendas de criação, na matança e aldeamento dos índios.

A primeira fazenda de criação de gado foi o marco definitivo da posse da terra. Era comum, na colonização do sertão, a doação de grandes quantidades de terras para o pastoreio, o que se justifica, de um lado, pela qualidade pobre dos pastos, onde os currais só poderiam ser instalados próximo de lugares que possuíam água, e do outro, pela necessidade de povoar as terras do sertão.

Com a fazenda de gado já edificada por D. Nathália do Espírito Santo, tornou-se necessária a construção de uma capela. Foi por volta de 1858 que o padre Francisco Tavares Arcoverde começou as obras de construção da primeira capela, num momento em que a Igreja passa a atuar nas fazendas que mais prosperavam. Após o término da construção da capela (1875), dedicada a Nossa Senhora do Bom Conselho, o padre, com o auxílio do seu sobrinho Cavalcanti e de alguns amigos, os "coronéis" Marcolino Pereira Lima e Manoel Rodrigues Florentino (ricos negociantes e fazendeiros), construiu as primeiras casas do povoado.

A fundação de Princesa seguiu, rigorosamente, as normas tradicionais da colonização portuguesa que, via de regra, começava com a edificação da Cruz, marco imperecível da fé e símbolo do cristianismo. Nos fins do século XIX, em 1875, o arraial que, anteriormente, era também chamado "Fazenda de D. Nathália", foi elevado à categoria de Freguesia de N. S. do Bom Conselho, pela lei 596, de 26 de novembro daquele ano, que revogada pela lei de nº 659, de 5 de fevereiro de 1879, foi, finalmente, restaurada pela de nº 705, de 3 de dezembro de 1880. Três anos depois, foi elevada à categoria de Comarca, com a lei 751, de 27 de novembro e classificada de 1º entrância a 16 de maio de 1900, por força do decreto nº 155. Em 1921, Princesa é elevada a cidade, atingindo, portanto, o último degrau de sua ascensão administrativa.

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