Brandão no texto levanta uma questão quanto o futuro da educação. Ele pondera que se é a educação é um legado cultural fruto de uma atividade, que acima de tudo, deve ter o seu valor respeitado; em outras atividades a educação pode vir a ser substituída por outras práticas do “saber e do aprender”. Mas em nossos tempos ( o contemporâneo ), o que será a educação de fato: fruto de uma prática restrita apenas as escolas, com professores destinados a formação de pessoas, com destinos a linha de trabalho apenas? Ou será a educação um vácuo do pensamento humano, pois se tem “falado e escrito demais a respeito da educação, e também a respeito de políticas e de problemas da educação, a respeito de sua história e de seus processos e estruturas?” ( BRANDÃO, 2002, P. 186 ).
No entanto, como ressalta Brandão, pouco se tem pensado do próprio motor móvel da educação, isto é, do educador. Nas palavras de Brandão é sobre o educador, o professor que se deve colocar em discussão, e nesta tentativa potencializar os nossos estudos sobre este tema, na maioria das vezes esquecido. Ou seja, “E o “tema”, aqui somos nós mesmos.”
Nesta expectativa, quando ouvimos ou quando conversamos a respeito do ‘ser professor’, na nossa época, na maioria das vezes mais enfatizamos o caráter de nosso ofício, de nossa profissão: os problemas, os conflitos. Deixando de lado a múltipla condição do agente educador, escolhemos falar de suas intrigas e peripécias com o trabalho; e não a própria condição de sentir-se no “cenário da vida” realizando-se. Isto é, trocamos o nosso sentimento de realização, por um vago pensar do árduo trabalho, “que vai da sala de aula aos confins da escola.” Tudo isso mais ligado as condições sociais e materiais do trabalho.
Assim, o professor parece que anda com uma dúbia identidade; pois ao exercer a sua função na escola, na sala de aula ou como ser social, parece que em vez de afirmar-se com o seu trabalho ele nega-se; isto é, “se eu pudesse trabalhar em outras condições, acho que não teria nenhum outro ofício melhor do que este”.
Gilberto Dilo
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