Diante de tudo o que ocorre hoje na Paraíba, uma pergunta não cala: Por que Cássio não rompe com Ricardo?
Já há exemplos de reações adversas do Senador Cássio Cunha Lima (PSDB) quando o nome do Governador Ricardo Coutinho (PSB) é citado. Numa delas, mais recentemente, ele nem quis dividir o quarto onde estava internado o pai, Ronaldo Cunha Lima, com o Governador, durante uma visita deste. Preferiu sair para “fumar um cigarro”, conforme relato que um dos presentes fez.
E olhe que nem quero relatar o que teria dito Cássio ao ser informado de que o Governador estava “subindo ao quarto”, como indicou a recepcionista do hospital, pelo interfone. Em outras ocasiões, Cássio nem pediu reservas sobre comentários em relação ao que tem feito Ricardo Coutinho na Paraíba, sobretudo no que se refere a decisões da época em que o tucano governava a Paraíba, a exemplo da decisão de desconhecer os Planos de Cargos, cridos por Cássio e descumpridos por RC.
São muitos os relatos, também, de gente que vê reações de Cássio até em bares e restaurantes. E, é bem provável, até, que alguns relatos já tenham chegado aos ouvidos do Governador...
A verdade é que por bem menos a família Cunha Lima rompeu com José Maranhão – e eu fui testemunha ocular daquela fatídica festa do Clube Campestre – e, agora, Cássio critica duramente o aliado RC fora dos holofotes, mas mantém comentários ‘insossos' quando é perguntado sobre o que acha da postura de RC no governo.
O último deles, inclusive, foi o de dizer que não pode ser contra o que ele próprio criou no governo (os Planos de Cargos), mas que respeita as posições do Governador (o que diabos ele quis dizer, hein?). E, enquanto isso, a Paraíba – e sobretudo seus eleitores mais fiéis – sofrem a agonia de ver o tucano calado diante de tudo o que Ricardo tem feito.
A resposta para a questão levantada no título deste comentário pode estar na eleição de 2012: em toda a Paraíba, Cássio será acionado como principal líder tucano para apoiar seus candidatos, tentando estancar a articulação de Veneziano e Vitalzinho, que querem levar o PMDB a ser o grande vitorioso das eleições municipais, pavimentando um caminho mais tranqüilo para Veneziano disputar o Governo do Estado em 2014.
E, como esta será a primeira eleição que o grupo Cunha Lima vai disputar sem ter consigo uma estrutura de governo, percebe-se o tamanho da preocupação do clã. Se já houve eleição em que os tucanos disputaram contra Veneziano – e perderam – em Campina Grande tendo a seu favor as estruturas do Governo do Estado, Assembléia Legislativa da Paraíba e Câmara Municipal de Campina Grande, imagine a preocupação de quem vai para a disputa sem nada nas mãos?
Então, a única saída é “aturar esse governador” como me disse um tucano, recentemente. Em meio a grandes insatisfações, que geram cobranças das mais diversas, Cássio se mantém calado. E, não apenas ele, mas Rômulo Gouveia, Manoel Ludgério, Romero Rodrigues e tantos outros aliados. Só um aqui e outro ali é que resolve se manifestar, como, recentemente, o tucano Inácio Falcão, vereador mais votado de Campina, que ‘detonou' o governador.
Há poucos dias, fui testemunha ocular do constrangimento a que foi submetido o Deputado Federal Romero Rodrigues, pré-candidato tucano em Campina Grande, ao ser perguntado sobre as ações do Governo Ricardo Coutinho na cidade. Depois de nada dizer, Romero teve que escutar do radialista: “O senhor está com medo de defender o Governo em Campina, é?”. Prá que a pergunta? Aí é que o homem gaguejou...
Nessa pisadinha, Zé Gotinha e Cia Ltda. vão ter que suar muito até a campanha para responder as cobranças que são feitas diariamente nas emissoras de rádio e/ou nas ruas, em relação a uma postura a ser adotada pelos aliados de RC em Campina Grande – liderados, a preço de hoje, por Romero Rodrigues, representante tucano para disputar as eleições municipais na Rainha da Borborema.
É dar o ‘Grito do Araticum', como diz o amigo jornalista Juarez Amaral, ou ‘engolir seco' até lá...
PB Agora
Com o Blog de Carlos Magno
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